quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Bruxedos e tradições


Bolinhos e bolinhós
Por Fátima Lopes
 Este período faz apelo à fantasia e brincadeira, o Halloween está a instalar-se como tradição. Não sou contra, pelo contrário, como professora aproveito para dinamizar a leituras de mais livros com histórias de feitiços e bruxedos, fadas e fantasmas tudo vale para ler mais e mais...
Mas não deixemos esquecer as nossas tradições locais e culturais.

Os Bolinhos e Bolinhós s...ão uma tradição portuguesa da região de Coimbra que se celebra no dia 31 de Outubro para o 1 de Novembro.

Nesse dia as crianças com caixas de sapatos e com uma carantonha recortada e uma vela dentro, vão de porta em porta pedir doces e dinheiro cantando uma canção.

Esta tradição é de origem celta e foi mais tarde aproveitada pela religião cristã, comemorando-- se, no século XIX, em toda a Europa.

Esta tradição apareceu quando em 1 de Novembro de 1755 ocorreu um terramoto em Lisboa no qual morreram milhares de pessoas e a população da cidade ficou ainda mais pobre. Como a data coincidia com um feriado religioso, as pessoas aproveitaram no ano seguinte para fazer um peditório por toda a cidade para melhorar a situação em que se encontravam. E assim ficou a tradição.

Infelizmente a partir da década 80 esta tradição começou a ser esquecida e hoje em dia raras são as pessoas que se lembram dela.

  Ao pedir o "Pão por Deus", cantam-se as seguintes cantilenas
enquanto se anda de porta em porta:


Bolinhos e bolinhós
Para mim e para vós
Para dar aos finados
Qu'estão mortos, enterrados
À porta daquela cruz
Truz! Truz! Truz!

A senhora que está lá dentro
Assentada num banquinho
Faz favor de vir cá fora para dar
Um bolinho ou tostãozinho.

Quando os donos da casa dão alguma coisa:
Esta casa cheira a broa
Aqui mora gente boa.

Esta casa cheira a vinho
Aqui mora algum Anjinho.

Quando os donos da casa não dão nada:
Esta casa cheira a alho
Aqui mora algum espantalho

Esta casa cheira a unto
Aqui mora algum defunto.

Sugestão de Leitura: Querida Avó

 Querida Avó

Por Fátima Lopes

Conta-nos a história de uma menina que foi à procura da alma da avó. O autor Birte Muller que tinha assistido, na América do Sul, à Festa de Todos os Santos, conta-nos que toda a comunidade festeja alegremente o regresso das almas que os vêm visitar. Enfeitam casas, mesas, bolos e túmulos com flores sendo esta uma maneira extraordinária de integrar a morte na vida, bem diferente dos nossos costumes europeus.
A leitura deste livro, que tem uma ilustração lindíssima, é um bom momento para conversar com as crianças sobre os nossos entes queridos que já não estão entre nós. A morte é um tema difícil de abordar pelos adultos mas as crianças falam facilmente e com naturalidade.

O início do mês de novembro, com a ida ao cemitério com os familiares, as crianças fazem muitas perguntas é por isso  uma boa altura para abordar este tema.